A N O T A Ç Õ E S _ G E R A I S _ D E _ U M _ D I A _ F R I O _ N O _ R I O _ D E _ J A N E I R O

Pássaros grandes, muitos, incontáveis e juntos, voam para o Sul passando pela janela do escritório nesse exato instante desse dia frio e nublado.

Lindo.

C O M O _ F O I

Talvez você...

Procurando por algo desaparecido, grande, com incontáveis histórias, marcas e arranhões que só a vida poderia lhe dar. Sei que só pode estar por perto. É grande, de modo que nunca senti necessidade de guardar em um lugar em especial. Onde quer que estivesse, podia-se ver.

Estranho como, tão facilmente e em tão pouco tempo, aparenta jamais ter existido. Não está em lugar algum. Como foi que isso tudo se perdeu?

Alguém pegou para si. Não. Se trata de algo que não pode ser usurpado, roubado, enterrado. Ou é apenas o que eu penso?

Talvez... Talvez alguém tenha alterado a percepção temporariamente. A minha, ou a do mundo?

Talvez só exista nas lembranças mais apagadas, minhas e suas. Como uma daquelas ilusões vividas coletivamente. Talvez só tenha, sempre, existido dessa forma.

Sigo por aí, procurando. Mas, o que era mesmo?

É.
Pensando bem...
talvez nada.

O U V O _ P O R _ A Í

[pai preparando a filha, de aproximadamente 3 anos, para o mundo cruel]

(...)
– Não, mas ele também não pode fazer isso!
– Mas e porque que ele faz?
– Oh filha... Você acha que a bruxa pode comer criancinhas só porque ela é bruxa? Não! Mas ela come do mesmo jeito! Ela não pode fazer, mas faz assim mesmo!

O U V O _ P O R _ A Í

[ Com uma guitarra de brinquedo em mãos, garoto de pouco mais de 2 anos que muitas vezes mal consegue distinguir se tem ou não vontade de fazer xixi]

– Rock n' roll, baby!

A C O N T E C E _ P O R _ A Í

[ no ônibus, ainda no terminal ]

– Cuidado com o vidro aí...

*creck*
– Que vidro?

A C O N T E C E _ P O R _ A Í

[ na lanchonete ]

– Oi, bom dia. Quanto custa o pãozinho de queijo?
– Oi. 20 centavos a unidade
– Ah.. me dá tr... me dá quatro! *entrega 1 real e espera o troco*
– *vê o 1 real* Ah. Cinco. *entrega e vira as costas*

*Pausa. Pensa: "mas eu só queria quatro..." e sai da loja ;_;*

N Ú M E R O _ D O _ D I A

- número de tinta -

218

F R I O

brrrr...

[Ilustração para a Revista Zé Pereira - tirando o fato de não ser Garanhuns, é o que estou passando por aqui ]

O U V O _ P O R _ A Í

[ a respeito do café da manhã ]

– certo...
como foi q conseguimos ter tres metades de pão?

O U V O _ P O R _ A Í

[ No elevador lotado - momento nada propício para esse tipo de história ]

- (...) eu nem sou uma pessoa que tem medo, mas de repente entrei em desespero, ele começou a descer com a porta aberta e ninguém conseguia fazer ele parar em andar algum... fiquei pensando "é daqui pro poço, é daqui pro poço", eu só conseguia pensar isso.

L E I O _ P O R _ A Í

[ no gtalk, com Rafael ]

– sábado eu virei caranguejo (...)

O U V O _ P O R _ A Í

[ objetivo concluído ]

– (...) televisão é ótimo, você não precisa nem pensar

O U V O _ P O R _ A Í

- uma conversa de duas estranhas no ponto do ônibus -

– e a sua filha (...), ela tá se formando, né? Em quê que é mesmo?
– ah, é em (...) *barulho ensurdecedor de carros passando ao fundo*
– Ahhhh!!! Por isso que ela tava metida com aquela coisa de... de tirar foto, né? Que tem aquelas fotos do Obama que ela (...) *barulho ensurdecedor de carros passando ao fundo*
– Ã? Obama?! Obama não, mulher, era o Príncipe Charlie!
– Ah é! Confundi!

O U V O _ P O R _ A Í

- numa conversa por telefone -

– é... rápida e silenciosa!



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em paralelo penso:

É um pássaro?
É um avião?
Não! É a diagramadora!

C O M B I N A D O !

– Se eu fizer carinho em você, você faz em mim?

L I B E R D A D E

Aurora

apenas estudos ainda...

O U V O _ P O R _ A Í

- Toinho e eu, numa conversa sobre lápis/nankin -

– e se o meio-fio estiver a 10 m de altura?